Industria do Grilo em Cuiabá: Caso de polícia!!!

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A vergonhosa industria do grilo: Como tudo no Brasil termina em pizza, com a questão da moradia não seria diferente

CUIABÁ/MT – A vergonha em que se transformou a questão da moradia popular no Brasil é uma das coisas que mais mal impressão sobre o nosso país mundo a fora. Cuiabá na verdade, nasceu de uma invasão: Bandeirantes paulistas invadiram terras que eram de índios Bororo, praticamente dizimando os cerca de 10 mil indivíduos da etnia que aqui habitavam.

Área  invadida ao lado da Escola  Tiradentes na região  da Morada da Serra  [Crédito: Joacir Hermes e site Clube News]

É verdade que 300 anos atrás, isso era até recomendável. O interior do país precisa ser colonizado para evitar que países fronteiriços tomassem esta terra. O bairro em que nasci e cresci, o Morro do Tambor, que a partir de 1973 passou a chamar-se Dom Aquino nasceu de uma invasão, porém, após a destruição do antigo bairro Do Terceiro pela enchente de 1974, quando moradores foram tirados à força do local [expulsos, na verdade pelo governador da época José Fragelli], quando um conjunto habitacional, o Novo Terceiro, com uma centena de casas foram disponibilizadas para mais de mil famílias .

Relatos de familiares meus, dão conta de que chegamos assentamo-nos ali no Morro do Tambor no ano de 1958 e relatos de vizinhos, alguns que chegaram antes de minha família no lugar, afirmam que no inicio da década de 1940, havia pouquíssimas famílias morando por lá e que quem ali se instalava, pegava o quantidade de terra que pudessem cercar. Por isso, lembro-me muito bem que quando criança, andava pelas ruinhas estreitas do bairro, que mais pareciam picadas e via realmente casas com terrenos enormes. Verdadeiras chácara. Na verdade, pesquisando a história de Cuiabá, constatamos que no Centro Histórico mesmo, todas as casas tinham terrenos enormes. Então quando quando começaram a ocupar os locais mais distantes do núcleo de comando da Cidade, as pessoas pegavam realmente muitas terras onde escolhiam para viverem.

A vergonha em que se transformaram vários conjunto de moradias populares na Capital nas duas últimas décadas, principalmente por parte de quem construiu esses conjuntos foram casos escabrosos de corrupção, que começou ainda na época da antiga Cohab e principalmente nos construídos por imobiliárias e construtoras contratadas. Quem não se lembra da canalhice que a Encol fez com centenas de pessoas aqui em Cuiabá ou dos vários loteamentos invadidos, tanto na Capital como na cidade de Várzea Grande.

A grilagem de terras, não só em Mato Grosso ou em Cuiabá, mas no Brasil todo, virou uma profissão, um meio de vida de pessoas sem escrúpulos. Ninguém desconhece a profissão de invasão de terras virou uma forte industria de fazer dinheiro para os líderes, que arregimentam pessoas para invadirem terras que pertençam ao governo ou a empresas particulares e que não estejam sendo usados. Isso começou aqui em Cuiabá, com o problema dos moradores do antigo bairro Do Terceiro que foram obrigados a deixarem suas casas pelo governo estadual, que desamparados pelo poder publico tanto estadual quanto municipal tiveram que se virar para conseguirem um lugar para morar. 

A partir daí, começaram a surgir as primeiras invasões de áreas na Capital: Pedregal, São João dos Lázaros, Barro Duro, Carumbé, Planalto, Jardins Vitória e Novo Paraíso, Jardim Brasil, Três Barras, Primeiro de Março, Tancredo Neves, Novo Mato Grosso… Os grileiros profissionais escolhem um lugar que caibam 200 ou 300 famílias, pegam no máximo 10 famílias que realmente precisam de um lugar para morar e botam de “testas de ferro”, conseguem se estabelecer no local e depois negociam os lotes restante. Todo grileiro profissional é muito rico, isso é fato!

Interessante, é que esse pessoal que invade terras devolutas, e se dizem “sem teto”, quando há uma uma invasão, as pessoas que invadem, vão para invasão em carros de luxos e até importados. Ora, se podem pagar que seja mensalidades de uma S 10, por exemplo, podem muito bem pagar o aluguel de uma casa. E eles também só invadem áreas nobres, reparem que há invasões longe do centro de Cuiabá. Eles invadem somente áreas nobres, em especial, a região da Grande Morada da Serra. Agora mesmo, estão invadindo um terreno ao lado, da Escola Tiradentes.

Área invadida ao lado da Escola Tiradentes na região da Morada da Serra  [Crédito: Joacir Hermes e site Clube News]

Abaixo, transcrevo matérias veiculadas em sites e jornais de Cuiabá sobre a Industria do Grilo. Que sempre contou com a conivência de políticos em troca por votos. Quem não se lembra do pessoal do PT, apoiando a invasão do Renascer, em área nobre de Cuiabá.

                                                                                                             Por Eduarda Fernandes

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Antônio  Lemes, à  época  candidato  a  vereador,  ia  ao  lote  onde garantia regularizar situação

O ex-candidato a vereador por Cuiabá Antônio Lemes de Paula (PRP) é o responsável pela invasão de uma área de propriedade da empresa Lumen Consultoria Construções e pelo assentamento de aproximadamente 600 famílias no local. Há cerca de seis meses, o político conduziu um grupo de cerca de 70 pessoas e deu início a uma espécie de grilagem da área, que segundo ele, pertence ao Estado e não a empresa.

Antônio Lemes recebeu 887 votos na última eleição, o equivalente a 0,3% do total. Para sua campanha, ele produziu um vídeo no qual exibe imagens do assentamento, que recebeu o nome de Terra Prometida. Nas imagens, o ex-candidato fala ainda de suas lutas pela regularização fundiária e cita como exemplo os bairros Tancredo Neves, Centro América e Serra Dourada, todos frutos de invasão nas quais ele esteve envolvido.

Apesar de Antônio afirmar que a empresa não é dona da área, em 28 de novembro do ano passado, a juíza da 2ª Vara Cível Especializada em Direito Agrário Olinda de Quadros Altomare Castrillon deferiu o pedido liminar da empresa e determinou a reintegração de posse da área invadida. A ação foi impetrada pela Lumen em outubro.

A parte autora do processo alega que adquiriu o imóvel em 1º de janeiro de 2014 com a finalidade de edificar um empreendimento que consiste no prolongamento da avenida Historiador Rubens de Mendonça, conhecida como avenida do CPA, em Cuiabá. Ressalta que a posse sobre o imóvel é exercida há mais de 18 anos por seus antecessores e, portanto, se trata de “posse longeva, mansa e pacífica”.

De acordo com a decisão, em agosto do ano passado, aproximadamente 70 pessoas teriam invadido o imóvel e se instalado em “barracos improvisados e precários” na área onde é executado o projeto Águas para o Futuro por meio de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad) celebrado com o Ministério Público Estadual. Isso teria causado degradação ambiental não mensurada no despacho.

Em entrevista ao , Antônio afirma que foi a empresa quem causou danos ao meio ambiente na área devido à extração de cascalho. “Tem mais de 30 anos que estão explorando o cascalho da terra e estão degradando. A área pertence ao Estado. Lumen está tentando documentar para fazer Cohab, mas não pertence a eles, é do Governo do Estado, por isso não construiu nada”, detalha.

Ele explica que foi cobrada uma taxa de R$ 130 de cada lote. O valor seria constituído de R$ 30 para advogado, R$ 50 para topógrafo e R$ 50 para abrir as ruas. Todavia, apenas 120 famílias teriam pago, somando aproximados R$ 15,6 mil.

O valor, no entanto, não coincide com os dados passados pelo próprio ex-candidato. Ele comenta que o contrato de quatro meses com advogados custou R$ 12 mil, dos quais ainda restam R$ 4 mil a pagar; topógrafo por R$ 26 mil, dos quais R$ 12 mil não foram pagos; além de uma dívida de R$ 4 mil pelos serviços esporádicos das máquinas que fazem a abertura das ruas. Por lógica, cerca de R$ 22 mil já teriam sido gastos e a dívida acumulada estaria próxima de R$ 20 mil.

Antônio se diz presidente da associação de moradores, mas garante que só passou a ocupar este posto cerca de um mês após a disputa ao cargo de vereador. À reportagem ele conta que não mora no assentamento por questão de segurança. “Indiretamente já ouvimos conversas, para termos cuidado, não tenho como provar, são boatos das pessoas em reuniões”.

A energia e a água são fornecidas aos invasores por meio de ligações irregulares, as chamadas “gambiarras”. O ex-candidato nega ter sido notificado da decisão.

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