Aliados de Temer prometem contra-ataque para derrubar testemunhas de defesa

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A senadora Simone Tebet (PMDB-MS): promessa de usar decisão de Lewandowski para benefício da acusação
Edilson Rodrigues/Agência Senado – 25.08.16

A senadora Simone Tebet (PMDB-MS): promessa de usar decisão de Lewandowski para benefício da acusação

Após o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, dispensar uma das testemunhas de acusação do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, senadores aliados do presidente em exercício Michel Temer afirmaram que irão contra-atacar para derrubar depoentes que falariam em defesa da petista.

De acordo com a senadora Simone Tebet (PMDB-ES), do mesmo partido de Temer, os apoiadores do impeachment pedirão a derrubada de duas testemunhas de defesa da petista: do ex-ministro Nelson Barbosa e outro nome escolhido pela equipe da presidente afastada, que ela optou por não revelar. 

Para a parlamentar, Barbosa não poderia testemunhar por, na condição de ministro da Fazenda, ter autorizado a realização do Plano Safra, um dos alvos da denúncia de impedimento ? assinada pelos juristas Miguel Reale Júnior, Janaína Paschoal e Hélio Bicudo.

Sessão do julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Roussefff. Foto: Pedro França/Agência Senado - 25.08.2016josé eduardo cardozo - senado federal - impeachment - julgamento - 25-08-2016. Foto: Pedro França/Agência Senado - 25.08.16Advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado - 25.8.16Procurador do Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira como informante durante o julgamento do impeachment . Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado - 25.8.16Senadores Paulo Paim (PT-RS) e Roberto Muniz (PP-BA) durante julgamento final do impeachment de Dilma. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado - 25.8.16Senadores Benedito de Lira (PP-AL), Humberto Costa (PT-PE) e Armando Monteiro durante julgamento final do impeachment de Dilma (PTB-PE) . Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Jurista Janaína Paschoal. À direita, advogado de acusação, João Berchmans Correia Serra durante julgamento do impeachment de Dilma. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Senadores Eduardo Braga (PMDB-AM) e José Agripino (DEM-RN) durante julgamento final do impeachment de Dilma . Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Senadora Lídice da Mata (PSB-BA) durante primeira sessão do julgamento final do impeachment de Dilma . Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Senador Roberto Muniz (PP-BA) e senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) durante julgamento final do impeachment de Dilma. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Foto: Pedro França/Agência Senado - 25.8.16À bancada, senador Romário (PSB-RJ) durante primeiro dia do julgamento final do impeachment de Dilma. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) e senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) durante julgamento final do impeachment de Dilma . Foto: Pedro França/Agência Senado - 25.08.16Primeiro-suplente do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), Eduardo Lopes (PRB-RJ) durante julgamento final do impeachment de Dilma . Foto: Pedro França/Agência Senado - 25.8.16À bancada, senador Armando Monteiro (PTB-PE) durante o primeiro dia do julgamento final do impeachment de Dilma . Foto: Pedro França/Agência Senado - 25.8.16Senadores: Antonio Anastasia, Aécio Neves, Cássio Cunha Lima, José Aníbal, José Pimentel, Raimundo Lira, Reguffe. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Em pronunciamento, senador José Medeiros (PSD-MT) durante o primeiro dia do julgamento final do impeachment de Dilma . Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16À bancada, jurista Janaína Paschoal durante o primeiro dia do julgamento final do impeachment de Dilma . Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Mesa do Senado Federal durante sessão para o julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff . Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16À bancada, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) durante o primeiro dia do julgamento final do impeachment de Dilma. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Senadores Dário Berger (PMDB-SC) e Telmário Mota (PDT-RR) durante julgamento final do impeachment de Dilma. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Senadores Roberto Muniz (PP-BA) e Paulo Bauer (PSDB-SC) durante julgamento final do impeachment de Dilma. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16À bancada, senador Aécio Neves (PSDB-MG) durante o primeiro dia do julgamento final do impeachment de Dilma. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Plenário do Senado Federal durante sessão para o julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff . Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Plenário do Senado Federal durante sessão para o julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff . Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - 25.8.16Senador Magno Malta (PR-ES),advogado de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski e o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) . Foto: Roque de Sá/Agência Senado - 25.8.16

Ela usou os argumentos utilizados por Lewandowski para rebaixar o procurador Júlio Marcelo de Oliveira da condição de testemunha para informante ? o que derruba a obrigatoriedade de se dizer a verdade no depoimento. Ele foi declarado suspeito devido à sua influência dentro do Tribunal de Contas da União, do qual é funcionário, em convencer ministros a reprovarem as contas de Dilma de 2014.

No total, a defesa conta com cinco testemunhas, além do ex-ministro: o economista Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo; o consultor jurídico Geraldo Luiz Mascarenhas Prado; a ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck; o ex-secretário executivo do Ministério da Educação Luiz Cláudio Costa; e o advogado Ricardo Lodi.

“Óbvio que não pode ser testemunha”

Em seu argumento para o pedido, a senadora afirmou que “é óbvio que Barbosa não pode ser testemunha”. “Vai ter que acatar a suspeição no sentido de receber a suspeição do ex-ministro da Fazenda e de uma testemunha como informante. Aí você equilibra a balança”, disse Simone. 

José Eduardo Cardozo e Ricardo Lewandowski conversam com senadores pró-impeachment antes do início do julgamento
Roque de Sá/Agência Senado – 25.8.16

José Eduardo Cardozo e Ricardo Lewandowski conversam com senadores pró-impeachment antes do início do julgamento

Para ela, o rigor do presidente do STF “sem dúvida” pode acelerar o julgamento do processo de afastamento sem qualquer prejuízo. “Não acho que isso (os questionamentos de suspeição) prejudica em nada o processo. A partir de agora, passadas as preliminares, o julgamento é político. Não tem qualquer forma de o Supremo anular (o processo), a não ser que aqui ocorra alguma absoluta sandice”, avaliou.

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), aliado de Temer, também defendeu a realização de novas suspeições a partir da decisão de Lewandowski. “No momento em que a testemunha de acusação foi convertida em informante, e eu tenho certeza que isso acontecerá com outras testemunhas, e que obviamente nós acatamos a decisão de Vossa Excelência, não retira do poder do informante trazer a argumentação absolutamente vinculada ao fato que nós traz para esse julgamento, como tem feito de forma equilibrada, serena e tecnicamente robusta por parte do doutor Júlio Marcelo”, argumentou o tucano em plenário.

* Com Estadão Conteúdo 

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