Na maior fila entre os grandes, Grêmio fica para trás também nas finanças

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A eliminação da Copa Libertadores, com derrota por 3 a 0 para o Rosario Central nesta quinta-feira, acabou com mais uma chance de o Grêmio encerrar um jejum de títulos que já dura seis anos. O clube tricolor, que não é campeão desde o Gaúcho de 2010, é o grande há mais tempo na fila no Brasil.

E a falta de títulos parece impactar também nas finanças. Com base nos números compilados pelo especialista em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi desde 2011, a situação do Grêmio – com receitas modestas, prejuízo e crescimento da dívida – é preocupante em relação a seus rivais.

Nas fontes de renda nos últimos cinco anos, o Grêmio foi, entre os 12 principais clubes do país, quem apresentou o segundo pior crescimento. Em 2011, o clube arrecadou R$ 143,3 milhões e, em 2015, R$ 190,6 mi, aumento maior apenas em relação ao Santos – que teve retração em seus valores.

Desprezando transferências de jogadores, o Grêmio tem resultado ainda pior. No geral, a equipe teve a oitava maior receita do país em 2015 e perde uma posição sem as vendas, acima apenas de Santos, Fluminense e Botafogo – em 2011, o clube gaúcho estava na sexta colocação nesse critério.

O jejum também acontece em um cenário em que o Grêmio foi um dos times que mais aumentou os gastos com o futebol. Em 2011, o custo do departamento era de R$ 96,3 milhões e subiu para R$ 193,4 mi. Crescimento de 101% só superado por Cruzeiro (245%), Palmeiras (112%) e Fluminense (103%).

Em 2015, inclusive, Grêmio e Santos foram os únicos que gastaram mais com o futebol do que o total de suas receitas. Enquanto a equipe tricolor arrecadou R$ 190,6 milhões, R$ 193,4 mi foram gastos com o departamento – no time paulista, as receitas foram de R$ 169,9 milhões e a despesa de R$ 173,1 mi.

Diante disso, claro, o Grêmio apresentou prejuízo em seu último exercício, com o quarto maior déficit de 2015: R$ 37,6 milhões. O resultado, entre os grandes, foi melhor apenas que os de São Paulo (- R$ 72,5 milhões), Santos (- R$ 78,2 milhões) e Corinthians (- R$ 97,1 milhões).

A política impacta nas dívidas gremistas. O clube tem o sétimo maior débito do país, com R$ 422,5 milhões, mas, entre os que estão acima no ranking, só o Corinthians teve aumento maior: 154% a 112%. No geral, a dívida tricolor é a quarta que mais cresceu desde 2011, de R$ 198,9 mi para R$ 422,5 mi.

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