A ECONOMIA E A BÍBLIA: LIÇÕES ÚTEIS

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O grande mal do Brasil é a corrupção, principalmente, no meio politico. [Pesquisa de imagem]

POR JOSÉ PIO MARTINS (Economista e Reitor da Universidade Positivo)

Esta é uma época não muito propicia para discutir economia, pois as atenções estão concentradas nas férias e nas festividades. Mas, como os problemas econômicos, os nacionais e os pessoais, insistem em invadir nosso cotidiano sem pedir licença dá para     usar o livro do aniversariante – a Bíblia Cristã – a fim de extrair algumas lições para a   gestão econômica do pais e das  finanças pessoais. A bíblia é rica em lições uteis. Citarei três.

Começo com a advertência feita aos políticos e aos homens de governo em Lucas 11, 46, que diz: “Aí de vós, doutores da lei, que carregai os homens com cargas difíceis de transportar quando vós mesmos nem com um de vossos dedos tereis de toca-la“. Teoricamente, quando um politico se elege, sua preocupação prioritária é com o bem público e em servir o povo. Só teoricamente, na prática, a primeira preocupação de um politico é consigo mesmo e seu objetivo principal é a manutenção do poder.

Se, para ter exito pessoal e conseguir permanecer no poder, o politico precisa servir o povo, isso é apenas um feliz coincidência. A primeira tendencia do politico no poder é inchar o Estado, conceder vantagens a si e aos que tripulam a máquina de governo e sobrecarregar a sociedade com tributos e dívida (divida pública é divida do publico).

A segunda lição está em Lucas 14, 28-30, que ensina: “Qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem como acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comece a escarnecer dele, dizendo: “Este homem começou a edificar e não pode acabar“. Esse ensinamento deveria ser pregado nos gabinetes de todos os governadores e burocratas que tem a responsabilidade de gerenciar o dinheiro público. No Brasil, com um enorme canteiro de obras inacabadas, malfeitas e superfaturadas, cujo exemplo presente mais relevante é o Escândalo da Petrobras, essa lição deveria ser adotada como prece matinal de todos os executivos de estatais.

A terceira lição vem da parábola do semeador, que está em diversos livros bíblicos, deles Mateus 13, 1-9, e pode ser usado com significados diversos: “Certo homem saiu a semear. Uma parte das sementes caiu a beira do caminho,  vieram as aves e a comeram Outra parte caiu no meio das pedras, onde havia pouca terra, e as sementes brotaram; mas tendo saído o sol, elas secaram, pois não tinham raízes. Outra parte das sementes caiu no meio dos espinhos; estes cresceram e as sufocaram. Outra parte caiu em terra boa e deu frutos, produzindo até cem vezes mais“. A lição serve para nossa vida profissional, para empreendedor privado e, sobretudo, para o governo e suas estatais. O cipoal de desperdício e corrupção que a imprensa denuncia diariamente é a prova de quanta semente (tributos) é lançada em solo infértil sob a direção de administradores incapazes e corruptos. Estima-se que, embora o Brasil tenha renda percapita de US$ 11 mil/ano, um quinto disso é jogado no lixo do desperdício e da corrupção.

Em quase dois anos, o Ministério Público Federal (MPF) ingressou com 39 mil ações contra pessoas suspeitas de praticar ato de corrupção no país. Em média, foram 53 ações por dia. São números do banco de dados do Ministério Público Federal (MPF). Roberto Campos parecia ter razão quando dizia que, no governo prevalecem dois tipos de burocratas: Os que são incapazes e os que são capazes de tudo.

 

 

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